terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O FUNERAL ELETRÔNICO

Almir M. Quites 


O Brasil parou. Comoção nacional. Nem os sinos tocavam. Era o fim de uma agonia, a morte das esperanças e o início de um aflitivo período de rigor e aspereza.

A multidão seguia em cortejo em direção a urna funerária. Em silêncio, eu lentamente avançava na fila. A multidão lamentava, chorava. Como acreditar que ela jazia ali, na escuridão daquela urna?

Um político aproveitou a comoção geral e discursou: "A sua morte separou o Brasil em dois grupos: de um lado os vendidos que sugam o sangue do povo; de outro lado, aqueles que querem que o Brasil seja dos brasileiros, somente dos brasileiros. Matou-a a plutocracia. Diante de sua memória, juramos que seu sacrifício não será inútil. Não lhe faltaremos depois de morta". Finalizando disse: "Lutaremos sempre por sua ressurreição!". O silêncio não se desfez. Apenas uma ave vocalizou algures a consternação geral.

Neste momento cheguei diante da urna e fiz uma rápida e sentida oração: "Deus eterno e Todo-Poderoso, peço-vos pela falecida Democracia, que levastes de nosso convívio. Que sua alma nada sofra e que Vos digneis ressuscitá-la em nosso meio. Perdoai-lhe os pecados, para que alcance um dia a vida eterna. Amém."

E, como era tragicamente inescapável, apertei o sinistro botão CONFIRMA.

Este foi o consternado SEPULTAMENTO ELETRÔNICO DA DEMOCRACIA.

Resta o luto.




Foto de Alcindo Pinheiro Gomes 
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Veja este vídeo e depois  aperte o sinistro botão abaixo!
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AGORA, PRESSIONE O SINISTRO BOTÃO
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Atenção! 
Quando você aperta um botão como este, é levado por um software e não sabe o que vai acontecer. É exatamente o que acontece na URNA ELETRÔNICA brasileira. No entanto, aqui,  esteja tranquilo! Este botão o leva a um artigo muito esclarecedor. Vá em frente!
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Vejam também:
2) Urna eletrônica tem falhas que permitem ataques e manipulações, afirmam especialistas 

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