quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Nosso populismo em grave crise

A GRAVÍSSIMA DOENÇA BRASILEIRA
Por Almir M. Quites
08/09/2015

Este artigo é uma narrativa sobre como um país pode se auto destruir, vítima de seu próprio governo. Basta distribuir ao povo grande quantidade de pílulas douradas, muito gostosas, chamadas Demagogia, cujo princípio ativo é a Mentira. Esta droga causa dependência. Aos poucos se instala, em todo o corpo social, a doença conhecida como POPULISMO.


Nós, brasileiros, precisamos urgentemente aprender esta lição.

A característica básica do populismo é o contato direto entre a massa popular e o líder carismático, que é percebida como se não houvesse a intermediação de partidos ou de outras corporações. Para ser eleito e governar com máximos poderes, o líder populista estabelece um vínculo emocional com o povo. Também cria políticas e estratégias para o aliciamento das classes sociais de menor poder aquisitivo, além da classe média, como forma de angariar votos e legitimidade. Utiliza-se também de práticas vulgares e altamente demagógicas, notadamente a concessão de benefícios sociais através do aumento do gasto público. Coloca a atividade política como se fosse o dualismo NÓS x ELES, nós que agimos com consciência contra eles que agem por conveniência
Mas não se resume a isto. Também tem outros dualismos, como: BEM x MAL, ESQUERDA x DIREITA, PROGRESSISMO x CONSERVADORISMO etc. Logo todo o opositor não é considerado um cidadão, mas um inimigo! Um inimigo com outro tipo de carne e osso e principalmente com outro tipo de tecido cerebral. São típicos, o patrulhamento ideológico, o discurso anti-ianque ("yankee", relativo ao EUA), o dirigismo econômico, a vultuosa propaganda oficial e a demolição dos fundamentos institucionais, o que leva ao aumento desmedido da corrupção. 

É típico do populismo colocar cada vez mais pessoas na dependência do Estado.

O populismo pode ser de esquerda ou de direita. O populista se auto declara de esquerda ou de direita conforme seu interesse.

Agora, convido o leitor a ver o seguinte vídeo. Depois eu continuo.



O populismo é um traço peculiar há mais de um século na América Latina. 

Por que os latino-americanos ainda se deixam seduzir pelo populismo? Talvez por ser um povo excessivamente emotivo e de precário nível cultural. Nem reconhecemos outro modo de praticar a política, porque no último século só vimos isso, com raríssimas exceções. Alguns exemplares de líderes populistas latino-americanos mais conhecidos são os seguintes: Getúlio Vargas, Juan Domingo Perón, Leonel Brizola, Anthony Garotinho, Evo Morales, Hugo Chávez, Rafael Correa, Ollanta Humala, Paulo Maluf, Ademar de Barros, Fidel Castro, Luiz Inácio Lula da Silva, Alberto Fujimori, Evo Morales, Cristina Kirchner, Maduro. A lista é enorme! 

Os populistas conquistam a veneração de pelegos de todos matizes, de acadêmicos, de jornalistas, artistas, malandros demagogos e de populações afogadas inteiramente em ignorância e desespero. Nota: pelego é a alcunha do líder sindical de confiança do governo, aquele que garante o atrelamento da entidade ao Estado.


Há muito tempo tenho escrito sobre o populismo e o fanatismo que o acompanha. Depois de ler este artigo, confira aqui:

O Brasil está doente, em crise política, econômica, social e moral, todas causadas pelos populistas. A mentira está na raíz da crise. 

O ex-presidente Lula mentia (e mente) deslavadamente. A caríssima propaganda oficial afirmava que o governo havia resgatado 40 milhões de pessoas da pobreza e que todos estariam hoje na classe média. Mentira! Nos últimos 10 anos o Brasil piorou, na saúde, na segurança, na educação, na 
infra-estrutura, na mobilidade urbana, nas finanças públicas etc. Portanto, piorou para todos! As estatísticas oficiais eram mentirosas. O aumento da possibilidade de consumo de bens supérfluos, devido ao artificialmente baixo valor do dólar, facilitou o ilusionismo no primeiro mandato do governo Lula. 

A atual presidente, Dilma Rousseff, também mente desmedidamente. Os 7% de cidadãos que ainda a apoiam são os fanáticos, os quais possuem um cérebro penosamente treinado para impedir sinapses que possam enfraquecer a sua fé no ídolo político e em suas fantasiosas ideologias. 

Divulgou-se amplamente que os programas PBF (Programa Bolsa Família) e o PSP (Programa  para Superação da Extrema Pobreza), juntos, atendem a 20 milhões de famílias. Considerando uma média de 3 filhos por casal, isto significaria 50% dos brasileiros! Você acredita nisso? Tem mais! Se considerarmos que cada família tenha apenas duas crianças (estimativa bem por baixo), então seriam 40 milhões de crianças atendidas por este dois programas. No entanto, o Brasil possui pouco mais de 40 milhões de alunos matriculados na rede pública de educação básica - 
estadual e municipal - segundo o Censo Escolar publicados no "Diário Oficial da União". Todos eles fazem parte destes programas? 

O Jornalista Reinaldo de Azevedo criou o epíteto "bolsa falência". Ele disse o seguinte: "Se vocês forem fazer uma pesquisa, verão que o então candidato Lula pregava num Brasil que parecia padecer de uma fome de proporções africanas. Os números dançavam ao sabor do vento, da demagogia e, ele mesmo o reconheceu, das 'bravatas'. Chegou-se a falar de 60 milhões de famintos no país, o que é uma patacoada. Depois, o número caiu para 50 milhões, 40 milhões, 30, 20… Hoje, de fato, ninguém tem a menor idéia."

Estes são exemplos de mentiras oficiais. 

Educação não se resume a uma questão numérica. Adianta ter um número elevado de matrículas se a qualidade de ensino for horrível?

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou, em maio de 2015, o ranking mundial de qualidade de educação. Entre os 76 países avaliados, o Brasil ocupa a 60ª posição. Em primeiro lugar está a República de Singapura, seguida de Hong Kong e Coreia do Sul. Na última posição está Gana. Enquanto no topo da lista estão os países asiáticos, nos últimos 15 lugares estão os países sul-americanos: Argentina, em 62º, Colômbia, em 67º, e Peru, no 71º lugar.

No ano passado, a pesquisa de uma das mais respeitadas consultorias sobre sistemas de ensino no mundo, Economist Intelligence Unit, coloca o Brasil em penúltimo lugar em um ranking sobre a qualidade da educação com 40 países. A Finlândia e Coréia do Sul aparecem nos primeiros lugares e o Brasil e a Indonésia nos últimos.  

Também no último relatório de fevereiro de 2015, elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sobre o índice de desenvolvimento da Educação, feito em 128 países, o Brasil aparece na 88ª posição. Países menos desenvolvidos apresentam uma posição melhor. O Brasil aparece ao lado de Honduras (87ª), Equador (81ª), Bolívia (79ª); mas está muito aquém de nossos vizinhos e parceiros comerciais como  Argentina (38ª), Uruguai (39ª) e Chile (51ª).

Logo, não há como duvidar que nosso nível educacional é muito baixo. talvez seja por isso que persistem os mitos nacionalistas como "o brasileiro é criativo", 
"o trabalhador brasileiro é esforçado", "o trabalhador brasileiro é competente", “todo o brasileiro tem direito a um emprego”, “as máquinas e os produtos estrangeiros estão tirando nossos empregos”, "o brasileiro é amigável", "o brasileiro é esperto" etc.

Se 70% dos brasileiros são analfabetos funcionais, inclusive os dois últimos presidentes, como será o futuro deste país? 
 
Estas questões deveriam ser debatidas nas duas Casas Legislativas, mas o Congresso só debate o que for de interesse do Poder Executivo, que há mais de dez anos usa as políticas públicas para um único fim, a própria perpetuação no poder.  

A situação atual, com a devastação do conceito de competência estampada pelos atuais governantes, com a prática de colocar nulidades nos postos mais elevados do governo, com o livre curso à militância política que substitui os conceitos de mérito por fidelidade populista, com tudo isto, nenhum país se sustentaria. A base populista e medíocre esmaga a competência e a seriedade, colocadas no vértice.

Qualquer sociedade organizada tem como seu pilar principal o cumprimento da Lei. Sem isso cresce a demagogia, que é geradora de caos.

O que temos no Brasil de hoje é a falência das Instituições, principalmente do Poder Judiciário, reduzido a órgão de defesa dos poderosos. Um Juiz que cumpra a Lei é exceção, a ponto de virar herói. Diariamente, assistimos a assaltos bilionários aos Cofres da União, dos Estados e dos Municípios. Este dinheiro falta à saúde, à educação e os mega ladrões permanecem soltos, mesmo tendo cometido crime hediondo. A decantada operação Lava-Jato é muito pouca, o próprio Juiz Sérgio Moro reconhece. 

É impossível acompanhar as decisões do STF sobre processo referentes à Operação Lava-Jato sem ficar com a sensação de que "o SUPREMO defende o ladrão". O ministro Dias Tóffolli continua sem se declarar impedido, até preside o TSE!

A situação das finanças públicas do Brasil é gravíssima, muito mais do que é apregoado pela mídia. Como fazer para equilibrar as finanças?

Primeiro o país deve eliminar o déficit fiscal. Pela primeira vez, o governo entregou ao Congresso Nacional um projeto de Orçamento prevendo gastos maiores que as receitas (déficit). A estimativa para 2016 é de déficit de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).


Depois o país ainda terá que cobrir as despesas novas, já contratadas, para os anos vindouros, incluindo aí os gastos obrigatórios e a dívida pública. 

Há um artigo chamado O AJUSTE INEVITÁVEL, escrito por três economistas (Mansueto Almeida Jr., Marcos Lisboa e Samuel Pessoa), que trata de quantificar o aumento do gasto público já contratado para os próximos 15 anos. Concluíram que, em 15 anos, o gasto anual do Estado brasileiro terá subido 300 bilhões de reais, equivalentes a um aumento de 20 bilhões de reais por ano.

Na página 4 consta o seguinte: "Portanto, o aumento previsto dos gastos públicos até 2030 requer que todo ano sejam aprovadas novas medidas de contenção de despesa equivalentes às enviadas em dezembro, pelos próximos 15 anos, ou uma nova CPMF a cada governo". Atente bem, para neutralizar este aumento de despesas, será preciso criar um imposto equivalente a uma nova CPMF a cada mandato presidencial de quatro anos (entre este ano e 2030). Observe que não se trata de renovação da CPMF a 
cada quatro anos, mas sim de uma nova CPMF que se soma à anterior.

Este aumento de gastos de 300 bilhões é a soma apenas dos aumentos com previdência, educação e saúde, já contratados por conta da legislação vigente.

Se a cultura de "taxar, gastar, gozar e relaxar" não for mudada, daqui a 15 anos, o Estado brasileiro estará demandando da sociedade 500 bilhões de reais a mais por ano para honrar com suas obrigações.

O problema fiscal brasileiro é muito mais sério do que apenas equilibrar o orçamento atual depois de um eventual erro do governo que tenha resultado em gastos exorbitantes. Os economistas mostram que, desde 1991, a despesa pública cresce a uma taxa maior do que a renda do País. isto deve ter ocorrido por dois motivos:

  • primeiro, porque é da natureza dos governantes  populistas buscar sempre distribuir novos benefícios a grupos organizados; e, 
  • segundo, porque houve erros da Constituição de 1988, a qual instituiu uma rede de proteção social que inexistia antes de 1988. Com isso, aumentou a dependência dos cidadãos ao Estado, que inflou. 
Para bancar estes gastos, o Executivo e o Congresso se uniram e aumentaram a chamada carga tributária (o conjunto dos impostos pagos pelos cidadãos) de 25% do PIB, em 1991, para mais de 38% do PIB, no ano passado. Veja aqui:
CARGA TRIBUTÁRIA
[http://almirquites.blogspot.com.br/2015/01/carga-tributaria.html#I3

Atualmente todos nós trabalhamos 1/3 do ano para financiar os gastos com programas sociais, inclusive a Previdência, e para manter a União, Estados e municípios funcionando. É difícil imaginar que a Inconfidência Mineira foi uma revolta contra o 1/5 de impostos, que então eram considerados demasiados.


Isto vai se agravar... e muito!

Há também o chamado bônus demográfico, que se transforma em ônus, ainda não contabilizado.

O Brasil precisa de um choque de responsabilidade, anti-populista, e corajosamente cortar benefícios que não tenham impacto fiscal mas que reduzem o campo de ação da economia privada, que reduzem a concorrência e sufocam a produtividade, desde as regras de conteúdo nacionalista, que criam reservas de mercado e benefícios tributários.


O Brasil está gravemente doente e anda tonto, sem governo. 

Como é que deixamos que fizessem isso com o nosso país?!



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Um vídeo interessante
(Glória Alvarez fala sobre o populismo)




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